«Há um processo contínuo de simplificação nas peças de Shakespeare. O que ele quer? Ele está erguendo um espelho diante da natureza. Nos primeiros sonetos, menores, ele fala de suas obras sobreviverem ao tempo. Porém, cada vez mais ele sugere, como faz Teseu em Sonho de uma noite de verão, ‘as melhores produções desta classe são simples sombra’ (v, 1, 214; Comédias, p. 204), que a arte é uma bela chatice. Ele gasta a vida nela, mas não acha que ela seja muito importante. […] Shakespeare tem muito apelo para mim em sua atitude em relação a sua obra. Há algo um pouco irritante na determinação dos artistas muito grandes, como Dante, Joyce, Milton, de criar obras-primas e de se achar importantes. Ser capaz de dedicar a vida à arte sem esquecer que a arte é frívola é uma tremenda realização da força de caráter pessoal. Shakespeare nunca se leva a sério demais».