No limiar desse livro, é Sêneca quem oferece a Agamben o vinho forte de uma meditação sobre o envelhecimento. Abreviado, contraído, inoportuno, realizado, mas também escasso e faltante, esse é o tempo que tentamos apreender: um problema para os filósofos. O que está em questão nestas páginas é sempre o estilo tardio de artistas, mestres e Poetas: de Giorgione a Guccione, de Ticiano a Savinio, de Monet a Cézanne, e com eles Goethe, Hölderlin, e depois Kant e seus rabiscos ilegíveis, para todos eles a última mão é uma mão que confunde, embaralha, retira, retorna, desfaz e abandona a
obra.