Como se forma uma obra filosófica? E como a trajetória social de um autor influencia sua escrita e sua relação com o campo intelectual e político? Neste livro de entrevistas com o historiador Geoffroy Huard, Didier Eribon reconstitui as principais etapas de sua carreira e obra: seus estudos e leitura apaixonada de Hegel, Marx, Sartre, Beauvoir, Genet; sua estreia profissional como crítico literário; seus encontros decisivos com Michel Foucault e Pierre Bourdieu, entre outros. Ele retoma os principais temas explorados em suas obras desde o final da década de 1980, da reflexão sobre a subjetivação das minorias à velhice, passando pela crítica à psicanálise, a questão de classe, a noção de desertor… Ao longo das páginas, tece-se um retrato de uma das obras mais singulares do nosso tempo, que permite, reinscrevendo-a nos debates em que se desenvolveu, apreender seus princípios e problemáticas fundamentais. Como compreender a articulação da vida de um indivíduo com o contexto social e cultural que a molda? Este livro propõe uma nova maneira de responder a essa pergunta clássica, a fim de ir além dos limites da autobiografia e da autoanálise: a sociobiografia.