O complotismo não é um delírio nem uma mentira, não é uma cãibra mental nem um argumento falacioso. É muito mais um problema político. Este livro, que considera os aspectos inéditos de um fenômeno planetário a partir de um pano de fundo histórico, não cai no senso comum do anticomplotismo, mas propõe uma visão original, na qual o complô é o espectro de uma comunidade esfacelada. O que há por trás? Quem urde a trama? O mundo, atualmente ilegível, tem um lado escondido, um reino secreto, aquele do Estado profundo e da Nova Ordem Mundial, onde planos são arquitetados, informações são manipuladas, pensamentos controlados. Não se trata mais de uma intriga isolada. O complô é a forma por meio da qual se relacionam com o mundo os cidadãos que se sentem condenados a uma frustrante impotência, inermes diante de um dispositivo tecnoeconômico insondável, manobrados por um poder sem rosto. Eis por que o complotismo, que desnuda o vazio da democracia, revela-se uma temível arma de despolitização de massa. O complô é o dispositivo em que o poder é articulado, exercido, dissimulado. É a máscara do poder no tempo do poder sem rosto.