Branco é a cor da ferida

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Coleção:

O corpo de uma escritora, aparentemente íntegro e ainda assim danificado, torna-se o espelho da fragilidade humana e, ao mesmo tempo, do nosso impulso de vida incontrolável. Francesca Mannocchi observa o mundo através da lente da doença para revelar, com uma voz literária nua, luminosa, incandescente, tudo aquilo que é inconfessável.

«A vergonha é isso aqui. Ela nos revela o que somos para os outros, quanto valemos no catálogo dos vivos, agora que estamos com defeito.»

Alguns anos atrás, Francesca Mannocchi descobriu que tinha uma doença crônica para a qual não existe cura. Ela é uma jornalista que também atua em zonas de guerra, viaja para lugares onde a morte e o sofrimento fazem parte do cotidiano, mas essa nova convivência pessoal com o imponderável mudou sua maneira de ser mãe, filha, companheira e cidadã. Isso a levou a investigar a si mesma e aos outros, a explorar as dobras das relações mais íntimas, dos silêncios mais dolorosos, e a confrontar-se com um corpo que, de repente, se tornou inimigo. Levou-a a se perguntar como criar seu filho correndo o risco de se tornar deficiente de uma hora para outra e, assim, não poder mais cuidar dele como antes. A doença a obrigou a conhecer o país pelos meandros da saúde pública e a habitar uma vergonha tanto privada quanto coletiva — uma vergonha que ela só encontrou coragem de narrar por meio da honestidade implacável da literatura.

Francesca Mannocchi
Escritora e documentarista, Francesca Mannocchi é uma das mais respeitadas jornalistas italianas. Dela, a Âyiné publicou Cada um carregue a sua culpa, em 2022.
Peso 400 g
Dimensões 10 × 2 × 20 cm
Tradutora

Fabiana Ferreira Lopes

Número de páginas

220

Projeto gráfico

Marco Zürcher CCRZ

Fotografia

Agnes Thor

Categoria:
Atualizando…
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