«Todos riam. Os Manoscrivi riam. Foi a imagem deles que ficou. Jean-Lino, de camisa lilás, com seus óculos novos, amarelos e meio arredondados, de pé atrás do sofá, corado por conta do champanhe e da empolgação de estar socializando, com os dentes bem à mostra. Lydie, sentada logo abaixo dele, no sofá, a saia esparramada para ambos os lados, o rosto inclinado à esquerda, às gargalhadas. Rindo sem dúvida pela última vez na vida. Um riso que não paro de examinar. Um riso sem malícia, sem afetação, que ainda ouço ressoar com seu fundo brincalhão, um riso que nada ameaça, que não prevê nada, não sabe de nada. Não somos alertados sobre o irremediável.«