A matemática examinada como prática política, e não apenas como teoria, é um formidável exercício de democracia: como a democracia se funda em um sistema de regras, ela cria comunidades e trabalha com relações. Como a democracia, a matemática amplia mas não exclui. Ao estudar matemática, é possível entender muitas coisas sobre a verdade. Por exemplo, que as verdades são compartilhadas e, portanto, os princípios de autoridade não existem; que as verdades são todas absolutas, mas todas transitórias, pois dependem do conjunto de definições e das condições do entorno. Resolver um problema matemático é um exercício de democracia porque quem não aceita o erro e não cultiva a intenção de compreender o mundo, não consegue mudá-lo ou governá-lo. Chiara Valerio tece, em um provocativo panfleto, um paralelo entre matemática e democracia, duas áreas que não se submetem à ditadura da urgência.
“A escritora italiana mais inteligente revela uma ligação sem precedentes e surpreendente entre matemática e democracia. Ambos vinculados ao conceito de verdade, requerem participação, aceitação do erro e desejo de compreensão do mundo.”
Domenico de Masi
Acompanhe a playlist sobre o livro A matemática é política produzida por Uiara Azevedo, no Spotify: