Nas culturas ocidentais, a cidade é imaginada como um espaço de integração social e cultural. Um lugar seguro, protegido da violência, da natureza e dos homens, produtor de novas identidades, centro privilegiado de inovação técnica e científica, cultural e institucional. Na cidade do Ocidente, os ricos e os pobres sempre se encontraram e continuam a se encontrar, mas se tornam também cada vez mais visivelmente distantes. Hoje, mais do que no passado, nas grandes áreas metropolitanas, as desigualdades são visíveis e as estratégias de distinção e exclusão têm sido frequentemente favorecidas pelo próprio projeto urbano. Devemos voltar a refl etir sobre a estrutura espacial da cidade, reconhecer a importância que a forma do território tem ao construí-la. Conferir novamente aos espaços urbanos uma maior e mais difusa porosidade, permeabilidade e acessibilidade; desenhá-los com ambição, levando em consideração a qualidade das cidades que nos precederam, e pensar novamente sobre as dimensões do coletivo.
Acompanhe a playlist sobre o livro A cidade dos ricos e a cidade dos pobres produzida por Uiara Azevedo, no Spotify: